Você já ouviu falar no Booktok?

Hoje, começo essa coluna pelos livros, e falando um pouco sobre algo que talvez nem todos conheçam: o Booktok. Uma comunidade formada por usuários da rede social TikTok, utilizada para compartilhamento de dicas, resumos e indicações de livros, que são recomendados por meio de conteúdos em vídeo, como é marca registrada da plataforma.

Até aí, sem grandes novidades, a não ser pelo fato que considero relevante. Essas indicações, levaram as publicações a um aumento significativo em suas vendas, sendo que vários deles foram parar na lista dos mais vendidos do The New York Times, por exemplo.

E tudo isso, especificamente, devido a influência do BookTok, uma vez que alguns dos livros em questão já tinham quase uma década de seu lançamento, quando foram redescobertos pelos usuários da plataforma; enquanto outros passaram a gozar de alta popularidade antes mesmo de seu lançamento.

E tem mais um capítulo interessante, na sequência dessa historieta.

Oportunidade na rede

Ainda falando sobre o BookTok, li que autores e editoras – notando o incremento em vendas gerado pela notoriedade a partir da rede social – logicamente, partiram para aproveitar as benesses da plataforma, além de criarem suas próprias contas, partiram para patrocinar os BookTokers mais populares, no sentido de também aditivar a promoção de seus títulos.

E mais, especialmente no caso de grandes editoras, passaram também a monitorar as postagens em busca de obras menos conhecidas – e que tiveram sua popularidade impulsionada pela rede – para adquirirem direitos de publicação de autores independentes. Um bela oportunidade tanto para escritores em busca de espaço, quanto para as editoras em busca de um talento, até então oculto, revelado pelo interesse do público.

Fui, vi, gostei…e voltarei

Com muita alegria, sábado que passou, ao nascer da noite, descemos, eu e minha esposa Lisiane, a Avenida Rio Branco, rumo a visitar a “Velha Santa Maria”. E só em passar pelo nosso “centro histórico”, já tive uma série de sentimentos sobre o passado, presente e futuro.

Presente, pois me encontrei revisitando a memória viva de nossa cidade, que precisa ser lembrada e contada para novas gerações. Mais do que isso, precisa ser experimentada, para que cada um possa sentir, por si próprio, a aura existente no em torno da nossa ferrovia; ela que foi elemento motivador para famílias inteiras trocarem continentes, e viessem escrever aqui sua própria nova história.

Também de futuro, pois já consegui imaginar aquela região ainda melhor iluminada; tendo mais pessoas transitando com segurança e alegria; recebendo de volta a vida a uma porção de Santa Maria, que já foi tão vibrante. Quem sabe, em breve, tendo bares, cafés, restaurantes, entretenimento, para receber nossos “locais” e os visitantes do mundo.

E, finalmente, um sentimento nostálgico de volta ao passado, e constatando, com imensa alegria, que os “novos ocupantes”, que já estão promovendo a reconstrução do centro histórico – ou nosso “Distrito Criativo”, como bem batizado pelo Executivo -, estão tendo a delicadeza de manter por lá as histórias redescobertas. Como na imagem que acompanha esse texto – e que me dou o direito de expor – do belíssimo quadro de Eduardo Trevisan – parte do acervo do Food Hall da Vila Belga -, que retrata Manoel Ribas e outros “construtores” da nossa história.

Que possam eles seguir ali, olhando pelo presente, como uma lembrança de que no futuro, não esqueçamos mais do nosso passado.

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